quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Educação a Distância e Inclusão Social

Entende-se por educação a distância todo processo de ensino-aprendizagem onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente, mediados pelo apoio das tecnologias.
A educação a distância pode ser ministrada com aulas presenciais, semi-presenciais e a distância ou virtual. A educação presencial é aquela ministrada nos cursos regulares, onde professores e alunos estão juntos num mesmo tempo e no mesmo espaço, na sala de aula; na educação semi-presencial ocorre com uma parte das aulas presencial e outra parte a distância, através das tecnologias; e a educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas o que a caracteriza é o fato de que os professores e alunos podem estar separados fisicamente, no espaço e no tempo, porém estão juntos através das tecnologias de comunicação (internet, streaming, TV, vídeos, etc.).
A educação a distância pode ser ministrada nos mesmos níveis de ensino da educação convencional, ou seja, fundamental, médio, superior e pós-graduação, porém está mais indicada para a educação de adultos, por estes já possuírem condições de aprendizagem individual, pois nesse tipo de educação é de extrema importância o desprendimento, a responsabilidade e a autonomia como forma de desenvolver a própria aprendizagem, já que é o aluno que faz os seus horários de estudo, dentro de suas possibilidades de tempo disponível para se dedicar a esse fim. Assim aparece um dos benefícios da educação a distância, que é a flexibilidade de horário, pois não tendo horários fixos, não há perda de tempo. Em se tratando de benefícios, podemos citar também a possibilidade de acesso em lugares remotos; a qualidade dos cursos, que são ministrados por professores altamente qualificados; a evolução e a atualização do aluno bem como o desenvolvimento de sua iniciativa para gerir seus estudos.
A educação a distância surgiu no século XV quando Guttemberg inventou a imprensa, consequentemente surgindo o livro, que na época apresentou-se como uma ameaça a substituição da figura do professor. No Brasil a educação a distância teve início provável em 1904 com um curso de datilografia.
Podemos citar como exemplos de educação a distância no Brasil os cursos por correspondência, os tele cursos, os programas educativos de TV, etc.
Com o aumento das demandas educacionais e a necessidade de democratização do acesso ao ensino, a educação a distância foi incluída na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), no artigo 80, para favorecer a efetivação dos seus processos de ensino-aprendizagem.
Nos dias atuais a educação a distância vem ocorrendo praticamente em todo o mundo, tanto em nações industrializadas como em países em desenvolvimento, com modelos exclusivos de instituições de educação a distância, sendo que a maior parte dessas instituições também, oferece o ensino presencial.
As tecnologias interativas servem de bases para a educação a distância e na medida em que elas avançam , o conceito de presencialidade também se altera, havendo um intercâmbio maior de saberes, bem como um aumento no número de pessoas atendidas , propiciando assim, uma maior inclusão social na área da educação.
Quando se fala em inclusão social na educação, parte-se do princípio de que todas as pessoas devem ter acesso a ela, visto que educação implica no respeito ao outro e aos seus direitos, direito de ser diferente e de aprender segundo suas potencialidades. Conforme Mantoan (1997), incluir exige de todos nós, educadores, novos posicionamentos, modernizando a escola e fazendo com que os professores transformem suas práticas para que, de fato, todos os alunos aprendam. Trata-se de reconhecer que as dificuldades que os alunos apresentam, sendo eles, deficientes ou não, não são apenas deles, mas sim do modo como o ensino é ministrado, como a aprendizagem é concebida e como também é avaliada.
A educação a distância vem passando por uma fase de transição, havendo um predomínio da interação virtual fria, ou seja, com o uso de formulários, rotinas, provas, e-mail e alguma interação on line; assim como também muitas organizações só estão transpondo para o virtual as formas de ensinar da educação presencial. Porém, apesar disso tudo, há um avanço na educação a distância, porque a comunicação está deixando de ser off line para um mix de off e on line, com o uso das mídias interativas, mas como todo processo de mudança, esse avanço não é uniforme nem fácil, porque existe uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade e motivação das pessoas, o que interfere negativamente, e também nem todas as pessoas estão preparadas para mudanças, sendo difícil também mudar os padrões já adquiridos.
Para que a educação a distância seja promotora de inclusão social deve-se tratar a questão da influência das novas tecnologias da educação de maneira consciente e responsável; percebendo que o conceito de educação permanente tem se firmado e que todos os membros da sociedade têm que ter favorecido o acesso a essas tecnologias para possam se comunicar, operar equipamentos e se tornarem capazes de tomar decisões num mundo onde as informações aumentam a todo o momento. Faz-se também necessário, que sejam realizadas políticas públicas que possibilitem o acesso de toda a população às novas tecnologias da informação e que estas possam ser utilizadas para correção de distorções sociais e na promoção de uma maior participação dos cidadãos na vida pública de seu país.

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